Este projeto é uma escola de ensino médio profissionalizante para as artes visuais e performáticas. A escola está localizada no coração do distrito cívico de Singapura, na porta de entrada do Distrito de Artes e Entretenimento. É um ponto de encontro no centro da cidade, combinando as atividades de uma escola e um local para as artes performáticas, de alto desempenho. O projeto é um novo paradigma, um grande e denso objeto urbano permeado com luz e ventilação naturais por todo lado, apesar de suas dimensões profundas.
A estratégia do projeto cria duas camadas horizontais visualmente conectadas, um espaço para a interação pública no nível térreo, e um espaço de uso mais seguro e controlado acima. Esta estratégia resolve um duplo objetivo de relação e comunicação com a comunidade interessada em artes, por um lado, e um ambiente de aprendizagem seguro e protegido, por outro. As duas partes são chamadas de Backdrop e de Blank Canvas.
O Backdrop é o local onde ficam a sala de concertos e shows, os teatros, além de vários espaços menores para espetáculos mais informais. Neste contexto, a escola se comunica com o grande público. O volume mais alto é composto pelos espaços informais e os espaços de performance, todas num pátio central – uma espécie de atalho no edifício – que garante a ventilação natural, além de permitir que todos na escola vejam o que acontece por ali. Um anfiteatro foi criado sob as árvores conservadas e é um dos destaques do conjunto, bastante utilizado por seus alunos e freqüentadores. Arquitetonicamente, o Backdrop foi concebido como um espaço estrutural e multifacetado, que emoldura a vista da cidade através das formas, novas e interessantes.
O Black Canvas é a área mais reservada da escola, um espaço simples e flexível. Metaforicamente, sugere possibilidades abertas e une espaço de concentração no setor educativo. Três blocos retangulares e compridos têm um ponto de acesso em comum, visualmente conectados a partir de todos os espaços de circulação para as áreas mais públicas, abaixo. Este ambiente é simples, prático, iluminado e arejado, além de pensado com total flexibilidade e sustentabilidade. As salas de aula, os estúdios e áreas de circulação são todas naturalmente ventiladas; as passarelas que interligam os espaços e blocos também garantem as dinâmicas visuais. Fachadas verdes foram pensadas como filtros para a poluição, incluindo a sonora, aliadas aos tetos acústicos que absorvem os ruídos do tráfego.
A Escola das Artes é uma “Máquina de Vento”, concebida para canalizar e fazer bom proveito das leves brisas de Singapura, criando espaços de abrigo agradáveis e sombreados. Isso garante espaços de excelente qualidade para o relaxamento e o encontro. A orientação do edifício permite aproveitar ao máximo a ventilação de Singapura. A cobertura funciona, também, como um parque de recreação a céu aberto e incorpora uma faixa de 400m para caminhada.
O bom ambiente de aprendizagem, combinado com excelentes professores, currículo e instalações, já está alcançando resultados. Seus estudantes são constantemente procurados por conservatórios superiores. As instalações profissionais têm atraído músicos como Yo Yo Ma, que deu aulas para as crianças. Devido a este sucesso, a escola está atraindo visitantes do mundo inteiro que estão interessados em adotar seu modelo.